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CK Martinelli

Garimpo - Série: O silêncio vale ouro ( retrato calado ) .  2019

55 cm diâmetro

Fotografia 30 x 40cm colorida, sobre painel de madeira 55 cm diametro, pregos enferrujados, dente de resina, folha de ora pro - nóbis seca, manila de resina .

CK MARTINELLI

Tomando como ponto de partida os apagamentos e silenciamentos da cultura negra em solo brasileiro o artista Ck Martinelli nos apresenta a série “O silêncio vale ouro - retrato calado”. A estética da obra se apresenta em forma de instalações e painéis, fotografias fragmentadas e objetos diversos como búzios, linhas, dentes, entre outros. Martinelli ultrapassa processos autobiográficos, pesquisando momentos históricos pertinentes: da diáspora africana forçada, às consequências de um cruel processo escravocrata em diferentes regiões do Brasil. O artista não se limita e vai além em reflexões potentes, dialogando sobre a loucura, os manicômios, a negritude, os apagamentos históricos programados e uma colonização branca que dilacera trajetórias de vida até os dias de hoje.

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CK Martinelli

S/título Série: O silêncio vale ouro ( retrato calado ) .  2020

109x 4,5 x 43 

Triptico cada moldura da obra tem: 43x4,5x33 . - Fotografia adesivada fosca sobre painel de madeira . Painel de madeira sobre tinta acrílica e pintura sobre o painel . Massa plástica - Folha seca de Ora pro-nóbis—Linha nylon—Alfinete sem ponta .

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CK Martinelli
S/título - Série: O silêncio vale ouro ( retrato calado )

2019

43x4,5x71cm

Díptico cada moldura da obra tem: 43x4,5x33 

Fotografia adesivada fosca sobre painel de madeira . Painel de madeira sobre tinta acrílica e pintura sobre o painel.

Fio de nylon na cor dourada na segunda moldura . - Massa plástica - Agulha de costura sem ponta na segunda moldura . Búzio dourado sobre o painel . O Díptico no tamanho total é de 43 x 4,5 x 71 com 5 cm de vão entre as obras.

O silêncio vale ouro - retrato calado de Ck Martinelli Um dos mais tradicionais atributos dos artistas é o questionamento, assim nasce a série “O silêncio vale ouro - retrato calado” do artista visual Ck Martinelli. Fotografias são imagens de conceitos, são conceitos transcodificados em cenas. Através de fotografias e elementos históricos e étnicos sociais como um astrolábio, búzios, manilla, alfinete, dentes, peneira, linha, agulha e madeira, Martinelli conta uma narrativa repleta de nuances visuais, em busca da sua própria história. Registros culturais de fotografias documentais feitas pelo artista, nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo montam e completam essa série formada por painéis e instalações. Reiterando o discurso do silenciamento e da desculturalização dos povos negros vindo de África, Martinelli costura feridas de cicratizes ainda abertas pelos múltiplos apagamentos históricos, antigos e contemporâneaos resultado da colonização branca. As costuras da poética apresentada, não permanecem apenas no campo imagético do artista, elas percorrem o atlântico e desaguam também nas estéticas do seu trabalho, onde superfícies são cortadas, transfiguradas e também costuradas. Em 2017 o artista iniciou sua pesquisa, nas cidades “esquecidas” de Minas Gerais aprofundando seus estudos nas histórias e tradições dos povos negros que dedicaram suas vidas para as principais dinamicas econômicas brasileiras da época: extração do pau brasil, ciclos do açucar, café e do ouro. Ciclos esses não só de exploração de matéria prima, mas também da exploração de gerações inteiras, de seres humanos descartados pelos processos civilizatórios escravocratas. O silêncio e a loucura marcam a primeira obra da série, que para Martinelli foi onde tudo começou. Entre os processos de pesquisa do artista, o primeiro hospício de Diamantina vira objeto de estudo e objeto estético de seu trabalho. Estudos apontam que existiu um extermínio sistemático manicomial no Brasil, muitas dessas instituições eram criadas como forma de se fazer uma limpeza na cidade que passava por um redimensionamento urbano, as pessoas internadas nos hospícios eram pessoas das classes mais baixas, negros, pardos e indígenas. Um número elevado de internos negros fez parte da rotina que perpassou todo o funcionamento dessas instituições, revelando a dolorosa experiência de muitos negros após a abolição da escravatura. O trabalho de Martinelli demonstra um profundo desejo de denúncia. Os fragmentos desses retratos funcionam como a evidência de indivíduos silenciados, com rotas alteradas. Seja pelos hospícios, pelo trabalho braçal compulsório, pelas torturas ou por um cristianismo forçado que demoniza as religiões de matriz africana, vemos esses personagens servindo a história, e apagando suas trajetórias. Uma retroalimentação social cruel, dos processos afro diaspóricos Brasileiros. Ao produzir essa série o artista resgata não só sua história, mas dá margem para uma arte que reflete nosso passado, presente e futuro.

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